O Turismo e a Hospitalidade (T&H) é um setor crucial para a economia nacional quer pelo seu contributo para a criação de riqueza, quer pela capacidade de atrair turistas, devido à diversidade de recursos que possui. De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal (2024), o saldo da rubrica de Viagens e Turismo em Portugal, em 2023, foi de 18,8 mil milhões de euros (mais 20,7% do que no ano anterior;  mais 43,1% face a 2019). Estima-se que, em 2023, o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes tenha atingido 26,5 milhões, correspondendo a um acréscimo de 19,2% face a 2022 e comparando com 2019, o número de chegadas de turistas não residentes a Portugal registou um acréscimo de 7,7% (INE, 2024). O T&H é, pois, uma fonte de emprego e desenvolvimento económico.

Nesta perspetiva de crescimento, seria expectável que o sector demonstrasse maior atratividade e robustez tendo em vista a mobilização da força de trabalho. No entanto, devido aos desafios que decorrem da sazonalidade, da precariedade, de baixos salários, dos horários disruptivos e de falta de progressão na carreira, verifica-se um decréscimo de interesse em integrar esta área de atividade. Esta questão é sustentada pela dificuldade que os agentes de T&H sentem em captar e reter trabalhadores, sendo certo que, até 2019, era visível o crescimento do número de pessoas ao serviço. De então para cá, vem-se registando um défice significativo de trabalhadores face às necessidades das empresas do sector. A insegurança no emprego, a dificuldade de compatibilização com a vida familiar e uma remuneração mais baixa do que a média bruta do total da economia, a par dos demais fatores acima referidos, permitem perceber os desafios das empresas, designadamente em matéria de condições de trabalho e bem-estar, variáveis essenciais para uma nova abordagem da atividade. Daí que o bem-estar organizacional constitua um tema central na apresentação das macrotendências do Turismo de Portugal no que diz respeito ao futuro do trabalho.